Ácidos graxos essenciais são aqueles que não são produzidos pelo organismo, mas que devem estar presentes na dieta.
Os ácidos graxos podem ser classificadas como saturadas, insaturadas ou poliinsaturados. E essa classificação depende do grau de saturação das moléculas de carbono.
A gordura é um dos macronutrientes essenciais da dieta humana, fornece a maior quantidade de energia quando comparada aos carboidratos e as proteínas, confere sabor aos alimentos e auxilia no transporte e na absorção das vitaminas lipossolúveis A, D, E, e K pelo intestino.
As gorduras são biomoléculas que possuem uma grande variedade estrutural e podem ser classificadas de várias formas.
E uma dessas formas é como ácidos graxos essenciais e seus derivados.
Os ácidos graxos poliinsaturados com cadeia carbônica maior que 20 átomos, serão denominados ácidos graxos poliinsaturados de cadeia muito longa (AGPI-CML)
As três principais famílias de ácidos graxos poliinsaturados são a família do: ácido oleico (omega-9), ácido linoleico (omega-6) ácido linolênico (omega-3)
Designação da família | Ácido graxo parental | Principais metabólitos | Fontes Principal |
ômega-9 | C18:1
Ácido oleico | C20:3 (omega-9)
ácido eicostrienoico | Síntese de acetato; gorduras animais e vegetais |
ômega -6 | C18:2
Ácido linoleico | C20:4 (omega-6)
ácido araquidônico | Muitos óleos vegetais |
ômega- 3 | C18:3
Ácido linolênico | C20:5 (omega-3)
ácido eicosapentaenóico | Alguns óleos vegetais, folhas |
C22:6 (omega-3)
ácido docosahexaenóico | Óleos marinhos (20:5, 22:6) |
Os ácidos graxos poliinsaturados são derivados de plantas, sementes, folhas e fitoplâncton.
Sementes e folhas são as principais fontes de ácidos linoleico e linolênico, enquanto o fitoplâncton sintetiza ácido eicosapentaenoico e ácido docosaexaenoico.
Como os fitoplânctons estão na base da cadeia alimentar marinha, todas as outras formas de vida marinha acabam por serem enriquecidas com esses ácidos graxos ômega-3 .
De fato, os ácidos graxos ômega-3 podem fornecer o grau de insaturação necessário para permitir membranas dos peixes para permanecerem fluidos em água muito fria.
Ácidos graxos poliisaturados, em especial o ômega 3 e ômega 6, são encontrados principalmente em peixes de água fria como o salmão, o atum, a sardinha, o bacalhau e óleos vegetais, as sementes de linhaça e as nozes e alguns tipos de vegetais.
Os ácidos graxos das famílias ômega-6 e ômega-3 são obtidos por meio da dieta ou produzidos pelo organismo a partir dos ácidos linoléico e alfa-linolênico, pela ação de enzimas alongase e dessaturase.
Benefícios dos ácidos graxos
O principal efeito conhecido dos ácidos graxos é a redução dos níveis séricos de colesterol, pois eles atuam modificando a composição das lipoproteínas e a atividade dos receptores de LDL.
Além disso os ácidos graxos poliinsaturados apresentam ação:
- anti-inflamatória
- anticoagulante
- vasodilatadora
- antiagregante
Uma das principais funções do acido graxo
O ácidos graxos ômega 3 – ácidos docosahexaenóico (ADH) e docosapentaenóico (ADP) -tem importante função na formação, desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina, sendo predominante na maioria das membranas celulares desses órgãos.
A diminuição dos níveis desse ácido graxo nos tecidos da retina tem sido associada, em recém-nascidos, com anormalidades no desenvolvimento do sistema visual, e em adultos, com a diminuição da acuidade visual.
Fontes alimentares comuns de ácidos graxos poliinsaturados
Embora as hortaliças apresentem pequenas quantidades do ácido alfa-linolênico, devido ao seu baixo conteúdo lipídico, o consumo de vegetais, como o agrião, a couve, a alface, o espinafre e o brócolis, pode contribuir para elevar
a sua ingestão, principalmente em dietas vegetarianas.
Entre os cereais e as leguminosas, a aveia, o arroz, o feijão, a ervilha e a soja, constituem importantes fontes desse ácido.
Nos óleos vegetais, a maior concentração do ácido alfa-linolênico ocorre no óleo de linhaça, sendo que os óleos de canola e soja também apresentam concentrações significativas.
O ácido alfa-linolênico e os AGPI-CML estão presentes em alimentos de origem animal, como peixes e aves, sendo as suas quantidades muito dependentes da dieta a que esses animais foram submetidos.