Os fitoterápicos, produtos derivados de plantas medicinais, representam uma abordagem milenar no cuidado com a saúde. No contexto contemporâneo, a crescente busca por alternativas naturais tem destacado ainda mais a importância desses compostos.
Os fitoterápicos, fundamentados em saberes ancestrais, ganham relevância no cenário da saúde integrativa, oferecendo uma alternativa promissora aos tratamentos convencionais. Essas formulações, baseadas em extratos vegetais, apresentam uma variedade de propriedades terapêuticas, muitas vezes respaldadas por evidências científicas.
Ao contrário de medicamentos sintéticos, os fitoterápicos muitas vezes proporcionam uma abordagem mais holística, considerando não apenas a doença, mas também o equilíbrio do organismo como um todo. Além disso, a diversidade botânica disponível permite uma ampla gama de opções terapêuticas, atendendo às necessidades específicas de cada indivíduo.
No entanto, é crucial destacar a importância da orientação profissional ao utilizar fitoterápicos, garantindo o uso seguro e eficaz desses recursos naturais. Em resumo, os fitoterápicos emergem como uma valiosa alternativa no universo da saúde, oferecendo uma abordagem integrativa e natural para promover o bem-estar e a qualidade de vida.
Desvendando o Poder dos Fitoterápicos
Fitoterápicos seguindo a definição da ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) são plantas medicinais capazes de aliviar ou curar enfermidades e tem tradição de uso como remédio em uma população, para isso tem que conhecer a planta, saber onde colher e como prepara-la.
Quando essa planta medicinal é industrializada para se obter o medicamento denomina se fitoterápico. Os fitoterápicos devem ser regularizados na Anvisa antes de serem comercializados.
O processo de industrialização evita contaminação por micro organismo e substâncias estranhas, além da padronização de quantidade e a forma correta que deve ser usada, permitindo maior segurança de uso.
Quando as moléculas bioativas, ou seja, a molécula que tem ação no organismo humano obtidas a partir de plantas, são isoladas e padronizadas para produção em laboratório é denominado de fitofármacos.
O fitofármaco é uma substância altamente purificada e isolada a partir de matéria-prima vegetal, com estrutura química e atividade farmacológica definida. É utilizado como ativo em medicamentos com propriedade profilática, paliativa ou curativa. Não são considerados fitofármacos compostos isolados que sofram qualquer modificação de sua estrutura química.
A importância das plantas está mais do que comprovada para a saúde humana, tanto pela literatura mas também por medicamentos largamente testados e comprovados ao longo dos anos. Muitos medicamentos/novos fármacos são descobertos a partir de produtos naturais e estão relacionados de forma direta ou indireta das substâncias puras ou usadas como modelo para síntese.
A biodiversidade, especialmente das plantas terrestres, nos dá uma grande grade de diferentes substâncias com um promissor potencial terapêutico para tratamento das mais diversas enfermidades, desde as mais leves as mais graves patologias que cometem a saúde do ser humano, como o câncer e as doenças coronárias, as doença de Alzheimer, pela síndrome de imunodeficiência humana, pela depressão entre outras tantas enfermidades.
Alguns dos fitoterápicos mais conhecidos e utilizados são:
- Hedera Helix,
- Ginkgo Biloba,
- Cassia Fistula + Senna Alexandrina Mill.,
- Passiflora Incarnata L.
- Crataegus Oxyacantha L. + Salix Alba L.,
- Plantago Ovata.
Forma de uso dos fitoterápicos
Os fitoterápicos são comercializado em formas farmacêutica, tais como, cápsulas, comprimidos, pomadas ou xaropes, sendo constituída das plantas ou seu derivados e outras substâncias como formulações para melhorar por exemplo o sabor ou a aparência.
Essas formas farmacêuticas podem conter a planta seca que é denominada assim de droga vegetal ou por produtos obtidos dela denominado como derivado vegetais.
Como ilustra a figura abaixo:
Dentre as forma de uso dos fitoterápicos há os extratos que são preparações extraídas das plantas por meios de líquidos apropriados como água ou álcool, dependendo da solubilidade do componente, podendo ser seco ou ainda manter se liquido.
- Extrato seco é a preparação sólida obtida por evaporação do solvente utilizado no processo de extração e deve apresentar especificações quanto ao teor de marcadores. Em geral, possuem perda por dessecação não superior a 5%.
- Pó – é a forma farmacêutica sólida contendo um ou mais princípios ativos secos e com tamanho reduzido de partículas, com ou sem excipientes.
- Tintura é a preparação alcóolica ou hidroalcóolica resultante da extração de drogas vegetais ou da diluição dos respectivos extratos. Pode ser simples ou composta de acordo com uma ou mais drogas vegetais.
- Extrato fluído é a preparação liquida obtida por extração com liquido apropriado em que, em geral, uma parte do extrato, em massa ou volume corresponde a uma parte da droga vegetal utilizada na sua preparação. Muitas vezes podem possuir conservantes e também deve possuir especificações quanto ao teor de marcadores e resíduo seco.
- Marcadores ou grupos constituintes quimicamente definidos, presentes em drogas, presentes em fitoterápicos ou outros medicamentos a base de origem natural, que são para fins de controle de qualidade , podendo ou não ter atividade terapêutica
Apoio Internacional da OMS para Políticas Farmacêuticas Públicas Acessíveis e Eficazes
A fitoterapia é uma terapêutica tradicional que vem sendo recomendada internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde como forma de apoio à implantação de políticas farmacêuticas públicas de baixo custo e eficácia garantida.
Vários municípios, há tempos, implantaram programas próprios de fitoterapia, tendo em vista suas características de baixo custo, grande eficácia e toxicidade aceitável.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) desempenha um papel fundamental ao endossar e recomendar a fitoterapia como uma abordagem valiosa para promover a saúde de forma acessível e eficaz. A utilização de plantas medicinais como base para tratamentos não apenas resgata tradições ancestrais, mas também se alinha às demandas contemporâneas por opções terapêuticas naturais e acessíveis.
A OMS destaca a fitoterapia como um componente vital na busca por soluções de baixo custo que possam ser integradas às políticas de saúde pública, abrindo caminho para uma abordagem mais holística e inclusiva.
Ao promover o uso responsável e informado de fitoterápicos, a OMS fortalece a capacidade dos sistemas de saúde em diversos países, contribuindo para a democratização do acesso a tratamentos eficazes. Essa recomendação internacional reforça a posição da fitoterapia como uma aliada na construção de políticas farmacêuticas que não apenas atendam às necessidades da população, mas também promovam a sustentabilidade e a integração de abordagens tradicionais nos cuidados de saúde globais.
Nesse contexto, a fitoterapia emerge como uma ferramenta poderosa, promovendo a eficácia terapêutica e a equidade no acesso aos cuidados de saúde.